sábado, outubro 20, 2007

Direito selvagem

Uma noite de chaves e vento, um mormaço atípico de uma paisagem geralmente deserta, descoberta de si, empoeirada pelo homem e sua infeliz humanidade. A pedra quebrada deslocada da montanha criava em conjunto com o cheiro de perfume barato a aridez e a completa geometria mascaradora do mundo. Tentativa de compor, através de elementos aparentemente independentes, ordem ao inordinário inordenável.

Ah, plá, treze reais.

Portas fechadas, claridade molhada.

Entre limites de concreto e lusitanas fatias de mundo estava meu corpo nú, solitário, na alvorada suja. Vomito pelo avesso minha merda, em postura de protesto, que de ante-mão já sei que não será compreendido, em devolução ao desgosto deste mau encontro. Em linguagem fétida, disforme e repleta de saliências explícitas deixei meu recado à cidade e à toda sorte de gente que acredita em Zenão em lugar de alugar a diferença do caos.

Imbecilidade, imbecil civilidade.
Imbecilidade, imbecil cidade.

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