segunda-feira, outubro 01, 2007

Tédio necessário? Ser liquido é melhor!

O tédio só é importante enquanto for interessante.
E só é interessante enquanto pulsão anti-tédio.

A afirmação do tédio como castigo necessário ao desenvolvimento humano muito me parece com a afirmação cristã de negação do corpo em troca de uma pós-vida feliz, um benefício além-vida. Parece-me muito mais uma justificativa de intelectual, mantido pelo estado, preocupado com a manutenção de uma instituição, de ensino e de privilégios, feudal.

Não há como criticar a emburrecedora compartimentalização noticiosa da mídia convencional sem compará-la ao modelo disciplinar de ensino da universidade (todos os formados saem de lá), sem falar de uma sociedade de especializações em que se deixa de ser para entediar-se com universalizações, tornar-se persona (do mundo dos negócios, personagens que representam universais) para ser bestamente chamado de Homer pelo William Bonner. (O que são esses grupos pseudo-musicais inventados senão tentantivas de universalizações para saciar a fome do Homer. O Jornal Nacional também o é.)

Formar-me filósofo (!? - parece um paradoxo. Outro dia no simpósio de filosofia - Nietzche/Deleuze, aquele em que a maioria dos professores do departamento de [história da] filosofia da UFC não foi e ainda encabeçou um evento concorrente - o Sérgio Amadeu [http://samadeu.blogspot.com/] falou que a liberdade é o combustível essencial da criação. Deleuze/Guattari [o que é filosofia?] inventaram que filosofia é criação de conceitos - invenção do século passado, estamos no final da primeira década do século XXI. Ter forma significa ter limites. Então ser formado em filosofia me torna apto a criar conceitos dentro de limites. Esquisito, não? Elementar também.) pela faculdade de [história da] filosofia da UFC me faz ter muito tédio. Não acho que eu deva ficar sentindo esse tédio só porque algum careta sádico inventou que 5 vezes por semana preciso estar sentado em uma cadeira dura ouvindo um professor [de história] da filosofia empurrando conteúdo para uma turma de pessoas, que foram sorteadas em uma loteria chamada vestibular, em sua maioria totalmente desinteressadas, apenas para ter um canudo que me abra portas nesta sociedade de disfarces. Mais útil seria comprar um diploma - ao menos não perderia meu tempo me entediando e me dedicaria ao que realmente me interessa.

Para mim certo estava Albert Camus - "Se você quer filosofar, escreva romances" - pois me parece que na literatura se há liberdade para criar, espaço por demais limitado na entediante academia. Eu complemento: Se você quer filosofar vá em busca do desconhecido, descategorize, converse, se espante, se permita, se exercite, se arrisque, sinta seu corpo, faça música, teatro, cinema, poesia, seja liquido e crie caminhos sobre as insinuações do mundo... Olha as ferramentas, rapá. Se você as tem, porque as ignora?

1 Comentários:

Às terça-feira, outubro 02, 2007 12:43:00 da manhã , Blogger Polly disse...

(Adentrando espaços nunca dantes navegados)

"...departamento de HISTÓRIA da filosofia da UFC... "

HAUAHhhauahuahaua (risos efusivos rsrs)

Ainda acho que o certo seria ter aulas ao ar livre, e de preferência ali na lagoa da messejana, que é pertinho de casa haha :P

Acho que você se indentificará com esse texto:

http://www.ghiraldelli.pro.br/modules.php?name=News&file=print&sid=24

 

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